quarta-feira, 15 de maio de 2013

Ombak Bagus - G-Land e swell


Finalmente vou falar das ondas.

Previsão do Swell

Desde que chegamos na Indonésia ainda não tínhamos pegado um dia daqueles clássicos, de revista, sabe. A previsão dizia que ia chegar o tão esperado swell e que ia varrer tudo. Resolvemos ir pra G-Land pegar dias clássicos com menos crowd.

Nos primeiros dias o mar ficou tão tão gigante que foi impossível surfar. Ondas gigantes, de 4 a 5 metros de altura, oceânicas, lavando os recifes. Alguns corajosos como meu maridão foram pro mar mas não se deram muito bem pois havia muita correnteza e a formação não era tão boa. Outros, menos arrojados, seguiram para 20’20’s, uma onda a uns bons 40 minutos de caminhada daqui, um pico um pouco mais protegido, por isso com um swell tão grande ficou com uma formação melhor porém menos tubular.

Nos dias que se sucederam, o swell se arrumou, as ondas se alinharam e foi um verdadeiro espetáculo!! Ondas enormes, realmente enormes, tubulares, com cavernas que cobriam até o gigante de 2m de altura que estava no nosso camping, e em pé!! Um espetáculo da natureza que mudou o clima do lugar pois todos conseguiram seu tubo dos sonhos da Indonésia. Alguns perderam pranchas, quebradas ao meio, outros se ralaram nos corais, mas nada abalou o sorriso e a energia que contagiava a todos.

Marcelo quebrando em G-Land


Botando pra baixo, maridooo


Tubo perfeito em Speedies

Quando a maré está cheia, os meninos vão de barquinho e já saltam direto no outside, luxo né? Na maré seca dá pra ir andando por cima dos reefs e entram na remada. Aqui em G-land existem várias sessões de ondas. Da mais afastada para a mais protegida são: The kongs, The Palms, Money trees, Speedies, Chickens, 20’20’s e tiger tracks. Money Trees e Speedies foram as mais lindas que vi, mais tubulares, mas cuidado! Só surfe Speedies  de maré cheia pois a bancada é realmente muito rasa e vi algumas pessoas se machucarem na saída.

Noutro dia juntamos a brasileirada e alugamos o caminhãozinho do camping pra levar a gente em 20’20’s. Foi uma farra!! O caminhão foi montado aqui, todo de madeira, sem faróis, a estrada insana, a galera na caçamba se divertindo horrores!! O surfe foi bem bonito, no fim de tarde com uma luz linda e a volta foi tensa. Todo mundo com medo das pontes rústicas que teríamos que cruzar em cima daquela caçamba quase se desmontando e sem faróis!! Foi divertidíssimo!!

Brasilian Storm em G-Land

Já estamos de partida desse paraíso e tem previsão de chegada de outro swell. Alguns do grupo vão ficar mas nós vamos em busca de outras ondas e outros paraísos.
  

Esquerda perfeita em Money Trees

  Ainda estamos decidindo, mas é provável que vamos a Sumbawa. Então, que venham mais aventuras, mais ondas e mais alegria!!

domingo, 12 de maio de 2013

G-Land - o ponto G da Indonésia


Fechamos um pacote pra passar 6 dias em G-Land. Fomos no PF brasileiro de um pernambucano gente boa demais chamado Hugo e ele desenrolou toda a história. Pagamos 600 dólares por pessoa com barco, hospedagem e alimentação incluídos e ele nos conseguiu um upgrade. Então pagamos preço de standard e ficamos no delux. Héééé...

Na noite anterior as pranchas foram despachadas pois vão ao destino por terra e na manhã seguinte, às 5 da matina, a van foi recolher a galera pra levar pro porto de Bali. Saímos umas 7 horas e foram 2 horas de lancha rápida com o mar batendo bastante, alguns coleguinhas enjoando e uma chegada alucinante passando por trás das esquerdas rodando perfeitas.



Porto de Bali. Foto: Joelma Celestrini (amiga linda!)

Francisco, nosso mascote, dominando o tigre de G-Land e os bangalôs delux ao fundo


Quiver do maridão aguardando o swell


G-land é um verdadeiro paraíso, uma reserva natural chamada Plengkung, na baía de Granjagan, bem ao sul da ilha de Java. Segundo um amigo nosso, depois daqui só a Antártida.

ondulação entrando em G-Land, ainda ficaria bem maior!
Finalmente a Indonésia mostrou as caras. Quilômetros intermináveis de reefs com ondas perfeitas, tubulares, rápidas e azuis quebrando ao fundo, menos crowd que em Bali, muitos, mais muitos bichos mesmo. Macacos a rodo, javalis, veados, pássaros e toda a sorte de insetos e vida marinha. Você não se cansa de olhar.







Outro dia na praia a macacada me expulsou da sombra me ameaçando com caretas e puxando meus cabelos, hoje na aula de ioga um deles ficou me perturbando o tempo todo. Além de roubar qualquer resto de comida que apareça na frente deles, inclusive revirar nosso lixo. Macacada insana!!!

Macaco com sua "caça" do dia. Foto: Jean Martins (muito surf!)

Nosso quartinho delux é mesmo um luxo, com água potável, banheiro privativo, 2 camas de casal, ar condicionado e varanda. A comida é farta com omelete e panquecas de banana de manhã, almoço e jantar variados. Tenho uma consideração a fazer sobre a comida aqui. Esperava que diante desse mundo de corais fôssemos comer lagostas, peixes, polvos, ostras, enfim, frutos do mar à vontade, mas o que se come muito frango e carne. Estranho, né?

Diariamente temos aula de ioga com uma professora maravilhosa chamada Dina. AS aulas são demais!!Depois muito surf, muitos tubos, almoço, descanso, mais tubos e à noite uma bintang pra relaxar  e dormir bem. As bebidas também fazem parte do pacote. No nosso caso, 2 refris e 2 bintangs. Massa!!


Bintang no fim de tarde, um clássico. Foto: Joelma Celestrini

Noutro dia foi aniversário de um dos muitos brasileiros que aqui estão. Um paulista bacana demais, muito vibe! Fizemos uma pequena comemoração regada a bintangs e músicas brasileiras com violão, chocalhos  palmas e muita alegria. Foi inesquecível!!

O swell tá entrando hoje e as ondas aumentando, a excitação toma conta da galera e o clima da praia tá mudando. O pôr-do-sol é um espetáculo a parte e a possibilidade de estar só na praia é imensa! Desde já G-Land é meu lugar preferido na Indonésia...

Pôr-do-sol perfeito em G-Land. Foto: Joelma Celestrini

Paz, equilíbrio e boas vibrações

Porque sem meu amor nada faz sentido. Amo meu surfista!

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Padang-Padang e Balangan


 Padang-Padang é uma daquelas praias de catálogo. Areia branca fininha, mar azul turquesa lisinho, pedras enormes no meio do oceano e algumas ondas rolando ao fundo. Na verdade ondas surfáveis mesmo só quando o mar tá bem grande.
Padang-Padang

Portal de entrada da praia de Padang-Padang














Talvez pela facilidade de acesso seja uma das praias mais cheias da região. Muitos, mas muitos turistas mesmo. De toda a parte do mundo. Gastamos umas boas horas lagarteando ao sol e refrescando-nos na água morna da praia. Uma delícia!

Seguindo uns 20 minutos na direção de Kuta chegamos a um restaurante de comida Tailandesa chamado Kat’s Kitchen. Um luxo!! Comida deliciosa, farta e apimentada, claro. Mas pra isso existe a Bintag pra dar uma acalmada na língua. O prato sai, em média, 40 mil rupiahs e vale muito mesmo.
Prato delicioso no Kat's Kitchen

Outra praia paradisíaca, dessas com espreguiçadeiras e imensos guarda-sóis é Balangan. Esse pequeno pedaço do céu fica a uma boa meia hora de Uluwatu e ao invés de escadaria você desce uma pirambeira mesmo, mas bem tranquila se comparada às outras. Uma imagem incrível, cliffs enormes, esquerdas rápidas, tubulares e rasas quebrando com milhões de surfistas e muita gente tentando se refrescar nas pocinhas formadas entre os corais.

esquerdinha em Balangan

Balangan - uma das praias mais bonitas de Bali

Apesar de não pagar pra entrar ou para estacionar, os guarda-sóis são alugados por 50 mil rupiahs e ai de você se tentar barganhar. Alguns indonesianos não tem o menor senso hospitaleiro e podem sair do “gentil mode” pro “agressive mode on” em segundos. Melhor  não discutir.

Não há muitos postos de gasolina no caminho, mas aqui é comum encontrar barraquinhas vendendo gasolina, ou “petrol” como eles chamam. 1 litro sai a 6 mil rupiahs e só aconselho se estiver mesmo na reserva, pois a gasolina do posto é mais barata e dura mais. Esse petrol vendido numa garrafa de absolut vodka não é muito confiável... pelo menos não é smirnoff...hahaha

Outra coisa bem característica daqui são as oferendas. Em todos os lugares, diariamente, eles colocam oferendas em pequenas cestinhas de palha que incluem frutas, incensos e flores. Talvez isso seja a causa do cheiro peculiar daqui, uma coisa assim, meio adocicada, gostosinha...
Enfeites/oferendas em Bali

Oferendas no templo de Uluwatu

 Aqui em Bali é assim, costumes diferentes e  belezas naturais sem fim.

Bali - Greenbow, Sukawati e Ubud

Greenbow


Novo dia, nova praia. Greenbow fica um pouco mais distante de onde estamos hospedados. Depois de uns 15 minutinhos de moto chegamos a essa praia linda e paradisíaca com recifes lindos, piscinas de água transparente, cavernas com sombras agradáveis e boas direitas. Aqui são 320 degraus, tô ficando písica com isso...
ombak bagus em greenbow

Paga-se para entrar – fail, tem um crowd considerável – fail, um monte de indonesianas querendo tirar seu dinheiro, fazer massagem e saber da sua vida – fail, fail, fail.

Indonesianas em Greenbow - não deixe elas sequer encostarem em você, pois vão cobrar
Colocando na balança até vale a pena, mas não me senti confortável já que não queria ser grosseira mas também não queria conversar com ninguém, só curtir o visu. Não deu.

À tarde resolvemos ir a Ubud com os amigos que chegaram ontem e foi bem interessante. Paramos em Sukawati que é “a” cidade das compras com uma feira enorme com toda a sorte e variedade de produtos locais. Aqui é importante saber falar alguma coisa de Bahasa Indonesia, pelo menos os numeros e perguntas de negocioação pra se dar bem. Na real, os produtos valem cerca de 1/3 dos valores cobrados, mas você tem que saber negociar mesmo. Não adianta. Vai pagar mais se não tiver paciência. Vou voltar lá até o final da viagem para umas comprinhas e prometo tirar fotos pra mostrar a loucura que é.
trânsito crazy até Ubud

De lá partimos pra Ubud. Nosso segundo travel money foi engolido pela máquina. Parece piada. Só que não.  Ainda temos duas chances. Os dois reservas. Maior saci do mundo quando o cartão entra na máquina. Rezamos pra todos os deuses do hinduísmo e cada vez que ele sai rola uma comemoração absurda. Ninguém entende, mas tá funcionando...



A arquitetura daqui é um espetáculo à parte




Ubud me lembrou muito a rua das pedras de Búzios, inclusive nos preços, ainda mais depois de visitar Sukawati. Porém é mais bonitinho, organizado, uma rua sem fim de lojas, restaurantes e spas. Vale a visita, mas não vale tanto as compras.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Uluwatu e Nyang-Nyang



Nada como acordar no paraiso... 5 da matina, ansiedade a mil, galos cantando incessantemente e você feliz.

 Esse é o resumo.

Alugamos uma moto a 50 mil rupiahs o dia e nos mandamos pra Uluwatu, a meca do surf em Bali. Uma imensidão de cliff com esquerdas perfeitas quebrando no horizonte. Apesar de pequeno estava lindo. Há uma pequena praia cuja faixa de areia só existe na maré bem seca. Apesar de paraíso dos surfistas eu tenho observações negativas sobre o lugar.

Reefs de Uluwatu

Esquerdas perfeitas, mas não se engane, o crowd é bizarro



Prainha de Uluwatu


Em primeiro lugar é o maior crowd que já vi na minha vida. São 3824179753873967937493793697308502850379 surfistas na mesma onda, remando cabeça com cabeça. Eu que faço filmes lindos do meu marido não consegui fazer um que prestasse. Ele surfava desviando dos obstáculos. Em segundo lugar, paga-se pra entrar, 2 mil rupiahs. Sou fervorosamente contra isso a não ser que haja uma boa conservação do lugar, o que não é o caso. E, por último e mais importante, não dá pra ficar na praia e filmar. Tem que ficar nos restaurantes/palanques e isso é um saco. Gosto de ficar na areia, mergulhar e filmar. Pronto, falei.

A segunda praia a ser visitada foi Nyang-Nyang. Uma aventura a parte! Choveu um pouco de madrugada e a chegada estava um off road terror e pânico!! Muita pedra, muita lama, um atoleiro danado e a gente de “bisinha”, com prancha quicando e afundando na lama. Depois uma mega descida que se tornaria uma ultra subida com exatos 530 degraus que contei uma a um. Logo na chegada vários macaquinhos nos receberam e umas vacas pastavam na beira da praia. Bem exótico.
Off road em Nyang-Nyang
macaquinhos de Nyang-Nyang
530 degraus para o paraíso


Super bonita, reservada, quase particular, vários corais e a água azul característica daqui me deixaram encantada. Lembra muito Praia do Forte na Bahia. Foi uma delícia! A subida, nem tanto, mas vale a pena. Não tenho fotos das ondas pois estava filmando, depois da edição eu posto pra vocês.
Surf, paz, energia = Nyang-Nyang
Visú de Nyang-Nyang na maré baixa

Á noite ainda arriscamos umas compras nas outlets daqui e fechamos a noite com Bintag e Mie Goreng, cerveja e miojo locais. Tá valendo.

Bali - Selamat datang! - Primeiras impressões



Quem fala que o mundo é um ovo nunca veio a Indonésia.

É uma verdadeira saga que deveria afastar a maioria dos brasileiros, but not.

Depois de dois dias pulando de avião em avião, continente em continente, dormindo “meio” sentado, comendo aquela comida que tem o mesmo cheiro independente do sabor, sem sair do ar condicionado que resseca todas as suas mucosas, sem ver a luz do dia por um dia inteiro, você chega. Parece que perdeu um dia da sua vida viajando. É bem estranho. E muito cansativo.

Saímos de Macaé as 13:30h do dia 28/04 e chegamos em Bali as 19:30 do dia 30/04. Macaé – Rio – São Paulo – Doha – Singapura – Bali. Que tal? E adivinhem o que aconteceu no aeroporto??? O nosso travel money foi engolido de novo!!!!hahaha Parece piada, mas não é. Mais uma vez o primeiro saque da viagem não aconteceu. Só que, como sabemos que um raio pode cair SIM no mesmo lugar, dessa vez trouxemos 4, isso mesmo, 4 cartões, 2 pra cada e tá td certo. Temos 3 ainda.rsrs

Pegamos um taxi de rua e as  negocioações já começaram. Os preços variam de taxi pra taxi, de 400mil a 150mil rupiahs.A conversão atual é de 1 dólar= 9.600 rupiahs. Pagamos o mais barato depois de uma boa chorada. Fala-se inglês, mas o que quebra eles é a simpatia aliada a um pouco de bahasa! Vale treinar!

O aeroporto de Denpasar não fica muito perto de Uluwatu, dá uns bons 20 minutinhos de carro, pode até não ser nada, mas depois da saga citada... núuuu...

Tentamos o Padang Padang Inn mas só tinha quartos com camas separadas. A diária custa míseros 100mil rupiahs/quarto. Um pouco antes dele fica o Ayu Guna Inn. Simples, bonitinho e tem um restaurante que salva essa chegada cansativa. 200mil rupiahs/quarto com ar condicionado. Vale. Atum com arroz, salada e fritas por 50mil rupiahs e claro, uma bintag pra aliviar.
Nosso quarto no Ayu Guna Inn


Quiver do marido sendo preparado pra longa viagem

Ainda não deu pra apreciar as belezas naturais porque estava de noite, mas o que mais me chamou a atenção foi: estamos mesmo na Indonésia? O que mais se escuta pelos cantos é o português, as caras são todas familiares, o Brasil é aqui!! Eu que sou chata, gosto de novas culturas e novos desafios já impliquei um pouco com isso, mas é só o primeiro dia, o mal humor tá dando as caras, depois de uma boa noite de sono talvez eu comece a me sentir em casa.